terça-feira, 22 de julho de 2014

Lança o teu pão sobre as águas?



               Por Taciano Cassimiro  
          
         O que significa a alusão de Eclesiastes 11:1
             "Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás".
           

 Vejamos algumas possibilidades: 

1. “ dá pão aos que estão aflitos “

2.  " semeia o teu trigo sem esperança de fazer a ceifa “

3. “ mostra o desinteresse na tua liberalidade “

4. “ ser generoso o quanto podes “

5. “ tende uma grande em fé em Deus; procedei nas vossas dádivas e esforços como o lavrador que semeia nas águas o arroz, e espera pela colheita, a plantação de arroz fica inundada desde o tempo da sementeira até perto da colheita “.
O texto embora simples possibilita vários entendimentos como foi possível  observar. Algumas notas de rodapé de Bíblias de Estudos faz um esforço pra lançar luz sobre a passagem.
> Bíblia Anotada de Charles Caldwell Ryrie - " Uma expressão metafórica, extraída do comércio de cereais numa cidade portuária marítima, ilustrando as perspectivas de sucesso de empreendimentos comerciais ousados".

> Bíblia de Jerusalém - " Alguns interpretes pensam na isca lançada à água pelo pescador, que a retira da boca do peixe; outros pensam no comércio marítimo. Nesta série de sentenças sobre o risco, pode-se perceber a atitude que Coélet deseja a seu discípulo. Ele não quer desencorajá-lo na busca da felicidade, mas, ao preveni-lo dos imprevistos, quer tirar-lhe as ilusões. Afinal, é preciso arriscar-se".

> Bíblia Edição Pastoral, ao comentar os versículos de 1 a 6 - " Na vida é preciso ser prudente, mas também arriscar. Como só Deus conhece o mistério da vida, o discernimento ajuda pelo menos a tatear, a fim de descobrir o que fazer no lugar e momentos certos ".

> Bíblia de Estudo de Genebra - " Possivelmente, uma referência ao comércio de cereais que Salomão fazia por meio marítimo".

Quase todas as interpretações são viáveis, porém, somente uma é a correta. É preciso também considerar que todas podem estarem erradas.
Qual delas é a sua?

Autor: Líder da Igreja Presbiteriana de Tailândia no Pará. Bacharel em Teologia pela Faculdade Evangélica do Rio de Janeiro
 

segunda-feira, 14 de julho de 2014

VOTO DE MINERVA



Na Mitologia Grega, Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado de tê-la assassinado. 
No julgamento havia empate entre os jurados, cabendo à deusa Minerva, da Sabedoria, o voto decisivo. 
O réu foi absolvido, e Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

DICA DE LIVRO - BRECHA EM NOSSA SANTIDADE


sábado, 12 de julho de 2014

SE SEU FILHO FOSSE GAY?



Essa foi pergunta que um homoafetivo, muito meu amigo, me fez recentemente num papo muito descontraído.
 Mas, a pergunta é muito séria.

Antes de responder:

Sou líder da Igreja Presbiteriana de Tailândia no Estado do Pará. Pai de dois filhos, John, 15, e Caio, 6. Tenho os criado com base na palavra de Deus, cercando-os de amor, carinho, dialogo e compreensão. Não sei se sou o melhor pai, mais tento ser o melhor que posso. Meu filho John me ajuda bastante nas atividades da igreja, e também aproveita seu tempo livre para jogar futebol, vídeo game e outras atividades. Caio é uma comédia em pessoa, cheio de perguntas e ideias mirabolantes. A me ver estudando algum livro volumoso, sempre me pergunta – pai esse livro é de Teologia Sistemática. Nessas horas não sei se rio ou se choro de alegria. São dois filhos, meus amores, minha vida, e não consigo imaginar minha existência sem a energia de um e a preguiça do outro.

Pois bem, respondi ao meu querido amigo que:

     1.       Continuaria amando meu filho;
     2.       Continuaria ensinando os princípios cristãos com muito amor e dedicação;
     3.       Abominaria toda e qualquer forma de preconceito a ele;
     4.       Não o colocaria para fora de casa ( abomino essa atitude cometida por muitos pais );
     5.       Não o colocaria para fora da igreja ( embora creia que alguns crentes prefeririam vê-lo bem longe );
     6.       Deixaria ciente de que não gozaria dos privilégios previstos pela Constituição da igreja, por entendermos que a homoafetividade contrária os princípios da palavra de Deus;
     7.       Continuaria amando meu filho.

Uma palavra

Acredito que esse é um tema “ Homoafetividade “ que a igreja não pode ignorar. É incrível, é de assustar, como temos dificuldades de lidar com isso nas congregações. Aceitamos os mentirosos, falsos irmãos, as politicagens eclesiásticas nojentas. Mas rejeitamos na prática alguém que se assuma gay. A própria igreja cria as condições para que o homoafetivo sinta-se mal e pule fora. Cadê a nossa fé na ação do Espírito por meio da Palavra?

Entendo que não devemos negociar jamais os princípios do Reino de Deus. No entanto, não precisamos ser desumanos, agressivos, intolerantes a ponto de não acolhê-los com carinho e amor. Precisamos aprender a lidar com a realidade. Criar condições, alternativas, para estabelecermos uma atmosfera de dialogo, mais sempre deixando claro os princípios do reino, e as consequências de viver fora deles.

Abraços fraternos

Taciano Cassimiro

sexta-feira, 11 de julho de 2014

OS DESINGREJADOS - Breve Reflexão

Por Taciano Cassimiro


Escreverei pouco sobre o assunto, e de forma muito simples, com base no que vejo acontecer ao meu derredor.

É comum encontrarmos pessoas que estão decepcionadas com Deus e com igreja ( no caso instituição ). Também é comum ouvir ou ler dessas pessoas argumentos bem elaborados, assim como elaboramos razões para não deixar de ir à igreja. Sem duvida a influência do ex-pastor presbiteriano, Caio Fábio, tem contribuído para que muitos cristãos outrora igrejados, sejam agora desingrejados. E não faltam acusações, que de alguma forma tente justificar o fenômeno: igreja ( instituição ) é lugar de hipócrita, o sistema é humano, o sistema é desumano, não existe amor entre os irmãos, os pastores são corruptos, e a lista não para.

Com base em justificativas do tipo é criado um polo, os desingrejados, onde pelo que parece não há hipocrisia, falta de amor, corrupção, mau testemunho. Percebe-se que ingenuamente ou propositalmente esquecem-se do ensino bíblico que diz que “o coração do homem é enganoso “.

O membro da igreja que pastoreio, Josivan Carvalho, publicou em sua pagina do Facebook “Falar que todo desigrejado é um herege rancoroso, é o mesmo que dizer que todo pastor é ladrão, todo padre é pedófilo, todo político é corrupto e todo facebukeano é burro”. Concordo com ele no que trata do absoluto. Porém é inegável afirmar que a muito rancor, muita heresia e às vezes até burrice. Assim como à dentro da igreja, também a fora dela. E uma coisa que percebo é que no Brasil tudo que cheira a algo libertário, religiosamente revolucionador, que caminha contra a boa tradição bíblica-histórica é sempre bem vindo. É preciso ter cuidado, pois nem tudo que reluz é ouro.

Como lidar com essa realidade?

Entendo que declarar guerra não resolve o problema. Atacar as heresias provenientes de tal movimento, somente, não resolve a questão. É preciso refletir seriamente. Descobrir as razões do fenômeno com base nas Escrituras, sem ignorar os fatos da experiência, ou seja, as coisas que acontecem dentro da igreja como: políticas eclesiásticas, perseguição, adoração a Mamom, ditadura, opressão e supressão, intolerância que de fato machuca e muitos por não saberem lidar emocional e espiritualmente passam a entender que saindo da igreja (instituição ) o problema será resolvido. “ Não podemos fechar os olhos para estes fatos.

Precisamos orar mais, ser mais tolerantes, dialogar mais, sem deixar de sermos fiéis as Escrituras. Defendo com unhas e dentes o congregar na instituição, não em qualquer instituição ( não entenda instituição de forma banal ) embora já tenha tido inúmeras razões para sair dela. Mas não sou inimigo dos assim chamados “sem igreja” é meus irmãos em Cristo, e rogo que possamos juntos crescer em Cristo Jesus, de preferência sem deixar de ir a Igreja (Instituição).

Forte abraço aos meus irmãos e amigos de perto e de longe, de dentro ou de fora da instituição, porém, jamais fora de Cristo!

Líder da Igreja Presbiteriana de Tailândia-PA
Servo de Deus e servo do povo de Deus.

Obs. Meus contatos estão disponíveis em minha pagina.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

ESTUDO SOBRE O PECADO: O que é pecado, Origem e Consequências.

Por Taciano Cassimiro


INTRODUÇÃO
Pecado, embora esteja em evidencia na sociedade moderna, não costuma ser um tema popular, pra não dizer agradável. Entre os cristãos o tema também  não é muito bem vindo. Certa ocasião ministrava uma série de palestras sobre o assunto.Quando notei que uma irmã e dois irmãos deixaram de vir a igreja. Procurei saber o motivo. Ao visita-los as respostas foram – o senhor anda muito bravo, ficamos constrangidos, aborrecidos, então pra não pecar prefiro ficar em casa. Outro afirmou - gostamos mais quando o senhor faz a gente ri, fala de amor e alegria. Reações como essas são comuns quando a mensagem da realidade do pecado é pronunciada.
 No entanto devemos ser fiéis Aquele que nos chamou, e como dizia o puritano John Owen (1616-1683) “  o pecado precisa ser vigiado e resistido “.  Também não podemos esquecer que estamos alimentando ovelhas, e não entretendo os bodes.

I.            O QUE É PECADO?

Millard J. Erikison nos dá a seguinte definição “ Qualquer ação, atitude ou disposição que fracasse em cumprir ou alcançar de modo completo os padrões da justiça de Deus. Pode ser uma transgressão real da lei de Deus ou uma falha em viver segundo as normas suas normas”.[1]
O teólogo sistemático reformado Louis Berkhof[2] (1873-1957) cujas obras têm sido muito influentes na teologia calvinista da América do Norte e da América Latina nos trás as seguintes definições em hebraico e grego:.
HEBRAICO
     ·         Chatta `th – pecado como um efeito que erra o alvo e que consiste num desvio do caminho certo.
      ·         Avel e `Avon – indicam que é uma falta de integridade e retidão, uma saída da vereda designada.
     ·         Pesha – uma revolta ou uma recusa de sujeição à autoridade legítima, uma positiva transgressão da lei, e um rompimento da aliança.

As palavras gregas do Novo Testamento correspondentes, como hamartia,  adikia, parabasis, paraptoma, anomia e paranomia e outras, indicam as mesmas ideias.
O Catecismo Maior de Westminster[3] na pergunta, 24. Que é pecado? Define da seguinte forma: Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou a transgressão de qualquer lei por Ele dada como regra, à criatura racional. Rom. 3:23; 1 João 3:4; Gal. 3:10-12.
Segundo Santo Agostinho, o pecado é "«uma palavra, um ato ou um desejo contrários à Lei eterna»", causando por isso ofensa a Deus e ao seu amor.
A Igreja Católica Apostólica Romana formulou uma lista de pecados no final do século VI, durante o papado de Gregório Magno conhecidos como os Sete Pecados Capitais[4], são eles:1. Luxúria: apego e valorização extrema aos prazeres carnais, à sensualidade e sexualidade; desrespeito aos costumes; lascívia. 2. Gula: comer somente por prazer, em quantidade superior àquela necessária para o corpo humano.
3. Avareza: apego ao dinheiro de forma exagerada, desejo de adquirir bens materiais e de acumular riquezas. 4. Ira: raiva contra alguém, vontade de vingança. 5. Soberba: manifestação de orgulho e arrogância.
6. Vaidade: preocupação excessiva com o aspecto físico para conquistar a admiração dos outros. 7Preguiça: negligência ou falta de vontade para o trabalho ou atividades importantes.
Biblicamente encontramos os pecados de Comissão e Omissão:
Comissão – quando fazemos deliberadamente o que não devíamos fazer, 1 Jo 3.4
Omissão – quando deixamos de fazer o que deveríamos,Tg 4.7
Também é interessante notar que a Bíblia apresenta a lista de “ sete pecados “ destestáveis: “ Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina: 1 olhos altivos, 2 língua mentirosa, e 3 mãos que derramam sangue inocente; 4 coração que maquina projetos iníquos, 5 pés que se apressam a correr para o mal; 6 testemunha falsa que profere mentiras, e 7 o que semeia contendas entre irmãos” Pv 6.16-19.  
Em suma pecado na Bíblia é:
Ø  Transgressão da lei 1 Jo 3.4
Ø  Falta de conformidade Gl 3.10,12
Ø  Deixar de fazer o bem Tg 4.17
Ø  É ausência de santidade 2 Co 7.1; Ap 4.8

II.           ORIGEM DO PECADO
Agora chegamos a um dos pontos mais polêmico do estudo, pois como explicar a origem do pecado. Como ele se originou? Quem cometeu o primeiro pecado? Deus? o diabo? Ou o homem?
A Enciclopédia  Histórico-Teológica ao tratar do assunto diz o que segue “ A origem do pecado realmente é um mistério e está ligada com o problema do mal. A história de Adão e Eva não oferece-nos uma explicação totalmente satisfatória do pecado nem do mal ( não foi essa a intenção da história ), mas recentemente lança luz sobre a dificuldade humana universal. Essa história nos conta que antes do pecado humano havia o pecado demoníaco que forneceu a ocasião para a transgressão humana. A teologia ortodoxa, tanto católica como protestante, fala de uma queda dos anjos antes da queda do homem, atribuída ao abuso do dom divino da liberdade. O consenso geral entre os teólogos ortodoxos é que o mal moral ( o pecado ) monta o palco para o mal físico ( as desgraças naturais ), mas o modo exato como aquele provoca este provavelmente permanecerá sempre um assunto de especulação humana[5].
    1.   Deus não é o autor do pecado
Louis Berkhof diz “ O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo,mas não se pode interpretar io de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser ele o seu autor responsável. Esta ideia é claramente excluída pela Escritura”[6]. A Confissão de Fé de Westminster[7] no capítulo V – DA PROVIDÊNCIA faz a seguinte afirmação “IV. A onipotência, a sabedoria inescrutável e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam na sua providência, que esta se estende até a primeira queda e a todos os outros pecados dos anjos e dos homens, e isto não por uma mera permissão, mas por uma permissão tal que, para os seus próprios e santos desígnios, sábia e poderosamente os limita, e regula e governa em uma múltipla dispensarão mas essa permissão é tal, que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão somente da criatura e não de Deus, que, sendo santíssimo e justíssimo, não pode ser o autor do pecado nem pode aprová-lo. Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20; Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.
    2.   O Pecado se originou entre os anjos
É praticamente consenso entre os teólogos que o pecado tem sua origem no mundo angelical, antes de Adão ser formado. Alguns na tentativa de esclarecer a questão propõem que Is 14.12-13 e Ez 28.11-19 refere-se à queda de Satanás num período ante-Adão.
É o caso de J. Dwigtht Pentecost em seu Manual de Escatologia[8], que fazendo uso da passagem citada intitula “ O reino universal desafiado “ e diz o que segue”... Um estudo cuidadoso dessas observações levará a conclusão de que cada fase do pecado original de Satanás foi um ato de rebelião contra a autoridade constituída de Deus, motivado pelo desejo cobiçoso de apropriar-se daquela mesma soberania...”.
Embora concorde que o pecado se originou no mundo angélico não defendo que as passagens de Isaías e Ezequiel estejam se referindo a Satanás. Vejo tal interpretação um tanto malabarista ( usa-se dos textos somente o que interessa para defender a teoria ), esforçando-se para afirmar o que o texto não afirma.
Quanto ao tipo de pecado que ocasionou a queda dos anjos o texto de 1 Tm 3.6 lança luz ao dizer “.. não neófito, para que não se ensoberbeça e venha a cair na condenação do Diabo.”. Logo, seria o pecado de orgulho.
    3.   A origem do pecado na história ou raça humana
É bem mais fácil tratar do pecado e sua origem na história da humanidade uma vez que temos muitos textos que tratam do assunto. É possível caminhar com mais luz.
O texto de Gn 2 e 3 nos permite entender que Adão foi posto no paraíso como nosso representante. O problema é que Adão pecou, desobedeceu a uma ordem direta de Deus, Gn 2.16-17; 3.6.
Adão representou a todos nós pela sua desobediência e pecado. O que ele fez foi, com efeito, o que toda a sua posteridade, todos e cada um de nós, fez. Thomas Manton expressa isto deste modo: “vimos o fruto proibido com seus olhos,apanhamo-lo com suas mãos, comemos com sua boca; isto é, fomos arruinados por aquelas coisas como se tivéssemos estado lá e consentido com seus atos[9].
O relato de Gênesis 3, nos oferece todos os elementos que constituíram a entrada do pecado na raça humana, que sem duvida podemos afirmar foi por um ato Livre de Adão, Rm 5.12.
A Confissão de Fé de Westminster ajuda-nos a ampliar nosso entendimento no capítulo VI - DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DO SEU CASTIGO e parágrafo I, ensina: Nossos primeiros pais, seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, pecaram, comendo do fruto proibido. Segundo o seu sábio e santo conselho, foi Deus servido permitir este pecado deles, havendo determinado ordená-lo para a sua própria glória. Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.

III.        CONSEQUÊNCIAS DO PECADO
Em sua Teologia Sistemática Charles Hodge ao falar das consequências da queda apresenta o que segue “ As consequências desse ato de desobediência foram: 1. Um senso imediato de culpa e de vergonha. 2. O desejo e o esforço para ocultar-se da face de Deus. 3. A denúncia e imediata execução do justo juízo de Deus sobre a serpente, sobre o homem e sobre a mulher. 4. A expulsão do jardim do  Éden e a proibição de aproximar-se da Árvore da Vida[10].
A Confissão de Fé de Westminster mais uma vez fornece-nos ricas considerações sobre as consequências do pecado nos parágrafos que segue, eis: II. Por este pecado eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado e inteiramente corrompidos em todas as suas faculdades e partes do corpo e da alma.Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18.
III. Sendo eles o tronco de toda a humanidade, o delito dos seus pecados foi imputado a seus filhos; e a mesma morte em pecado, bem como a sua natureza corrompida, foram transmitidas a toda a sua posteridade, que deles procede por geração ordinária. At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; João3:6.
IV. Desta corrupção original pela qual ficamos totalmente indispostos, adversos a todo o bem e inteiramente inclinados a todo o mal, é que procedem todas as transgressões atuais. Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19.
Na Confissão de Fé de Westminster Comentada por A.A. Hodge[11] ao comentar os parágrafos acima temos as seguintes sentenças:
Parágrafo II
  1.    Que por este pecado eles foram imediatamente cortados da comunhão com Deus.
  2.    Que consequentemente perderam sua justiça original.
  3.    Ao mesmo tempo, se tornaram mortos em pecado e totalmente corrompidos.
  4.    Que essa corrupção moral se estendeu a todas as faculdades e partes da alma e do corpo.
Parágrafos III e IV
  5.    Que adão foi a cabeça natural e federal de toda a humanidade.
  6.    Que consequentemente a culpa ou responsabilidade pelas consequências penais daquele pecado foi imputada, lançada na conta de todos os homens, e atualmente aplicada sobre todos os homens desde seu nascimento.
  7.    Que consequentemente a corrupção moral, que resulta do afastamento penal do Espírito Santo de Deus no caso de nossos primeiros paias, é necessariamente comunicada a todos os de sua descendência que são produzidos por geração ordinária.
  8.    Esta depravação hereditária inata da alma é total, pois por meio dela somos totalmente indispostos, incapazes e antagônicos a todo bem e totalmente inclinados ao mal.
  9.    Desta depravação moral inata procedem todas as transgressões subsequentes.
A doutrina do pecado e suas consequências é uma pagina dolorosa da história da raça humana, é o retrato perfeito da alienação, evasiva e loucura humana. Ao fazer tal afirmação somos imediatamente remetidos as palavras do profeta Isaías 59.1-2Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para que não possa ouvir; mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados esconderam o seu rosto de vós, de modo que não vos ouça”.

CONCLUSÃO
Nesse estudo vimos a definição de pecado, origem do pecado e as consequências do pecado. Assim, entendemos que não podemos brincar de pecar, brincar com o pecado, pois já conhecemos as consequências. Precisamos mais do que nunca levar esse tema a sério começando por nós mesmos. É hora de despertarmos do sono, Rm 13.11-14  “ E isso fazei, conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando nos tornamos crentes. A noite é passada, e o dia é chegado; dispamo-nos, pois, das obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. Andemos honestamente, como de dia: não em glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja. Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências”. 


Autor: Líder da Igreja Presbiteriana de Tailândia no Pará. Bacharel em Teologia pela Faculdade Evangélica do Rio de Janeiro


OBS. Estudo simples cujo objetivo é contribuir para o crescimento em graça e conhecimento dos servos de Deus.
O conteúdo acima pode ser copiado, compartilhado, utilizado em sites, blogs e etc. Desde que a fonte seja citada.





[1] Conciso Dicionário de Teologia Cristã. Erickson, J. Millard, pg 125.
[2] Teologia Sistemática. Berkhof, Louis, pg 214. 4º Ed. Revisada, São Paulo: Cultura Cristã,2012.
[3] O Catecismo Maior de Westminster, formulado pela Assembleia de Westminster, no século XVII, é um catecismo de orientação calvinista, composto de 196 questões. Junto da Confissão de Fé de Westminster e do Breve Catecismo, compõe os símbolos de fé das igrejas presbiterianas ao redor do mundo. http://pt.wikipedia.org/wiki/Catecismo_Maior_de_Westminster
[4] http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/sete_pecados_capitais.htm
[5] Elwell, Walter A. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã VOL III. Pg 110-111. SREVN 1º Ed. 1990.
[6] Teologia Sistemática. Berkhof, Louis, pg 204. 4º Ed. Revisada, São Paulo: Cultura Cristã,2012
[7] A Confissão de Fé de Westminster foi elaborada a partir de julho de 1643, e concluída em fevereiro de 1649. Nesse período houve 1163 reuniões do plenário e centenas de reuniões de comissões. O parlamento inglês tinha como objetivo preparar uma nova base de doutrina, forma de culto e governo eclesiástico. A CFW é um pequeno manual de teologia bíblica com 33capítulos.
[8] Pentecost, J. Dwigtht. Manual de Escatologia, pg 442,443.
[9] Hulse, Erroll. Quem foram os puritanos, e o que eles ensinaram? Pg 224.
[10] Hodge, Charles. Teologia Sistemática. Pg 576
[11] Hodge, A.A.  Confissão de Fé de Westminster Comentada. Pg 153,155.